domingo, abril 19, 2020

O impacto do coronavírus no futuro da energia renovável

A grande dúvida no setor elétrico, é o que vai acontecer pós coronavírus. Pelo nosso envolvimento com o tema, acaba sendo essa uma pergunta bem frequente. A resposta é simples: nada vai ser como antes. O conhecimento, a legislação, o vento e o sol, continuam os mesmos. Só que duas novidades ameaçam os novos investimentos, a subida do dólar e a sobra de energia no mercado.

Ambas vão impactar diretamente nos negócios futuros. A energia eólica, por exemplo, tem 650 GW instalados no mundo; em 2019 foram 60 GW; China e EUA lideram o ranking e o Brasil já é o quinto país que mais investe na energia do vento. Em Bonn, no mês passado, durante o encontro da World Wind Enegy Association (WWEA), os países membros foram unânimes em afirmar que com a epidemia haverá uma desaceleração do setor.

Já em relação a energia solar, o último estudo da Greener aponta que temos mais de 1000 projetos de pequenas plantas solares prontos para serem instalados. Essa expectativa, ao meu ver, será afetada pela crise do coronavírus. Os efeitos podem variar de uma região para outra, como também acontecerem de forma diferenciada se a geração for distribuída  ou concentrada. De qualquer forma,  não passam de meras especulações.

Como tudo vai se comportar daqui para a frente, não dá para prever. Se o dólar vai cair ou não, nem o Guedes sabe. O rombo previsto para setor, segundo a secretaria executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira,  será de 15 a 20 bilhões. Mas pode ser mais; e quem vai pagar a conta só Deus sabe. Se a decisão couber ao Guedes, é muito provável que a conta caia no bolso do consumidor. Ao se confirmar esse cenário de tarifa alta, a energia solar volta a ser atrativa. Portanto, como será o amanhã: só o tempo vai dizer.   

Um comentário:

Valdir Sagas Júnior disse...

Penso que um grande dilema para os entusiastas da energia fotovoltaica será: Devo encarar um investimento de longo pra com tantas incertezas tanto no cenário político como econômico.