O Papa e as havaianas, uma história em tempo de quarentena

Quem assistiu a mensagem do papa Francisco, domingo, 26, consegue entender o valor da sabedoria. Só  chega na velhice com lucidez, quem ao longo da vida se preocupou com os outros. Aqueles que só pensam em si, não passam de coitados sem história para contar.

Depois desse breve registro, cabe a pergunta: afinal, o que tem a ver o Papa com as havaianas?

Tudo e nada. As havaianas existem e estão comigo há mais de 10 anos. Para preservá-las, uso outras nas minhas andanças. O que elas tem de especial, não sei explicar. Nos encontramos em Paris, numa campanha da UNICEF. O lançamento das havaianas era para atender crianças abandonadas, nos  sangrentos conflitos da África. A UNICEF é um fundo criado pela ONU, em 1946, pós Segunda Guerra. Seu trabalho é reconhecido no mundo todo. Onde há conflitos armados, crianças e adolescente abandonados, lá está a UNICEF. (nada de comunismo, viu ministro Araújo)

As havaianas da UNICEF são numeradas, a minha é a 1962. Uma outra característica: é um pé de cada cor. Seguidamente preciso contar essa história, para não pensarem que peguei um pé trocado. E assim segue a vida, construída por lembranças e vontade de ajudar o próximo.

Depois dessas explicações sobre as havaianas, próprias de quem está de quarentena, volto ao papa Francisco. Sua mensagem de ser solidário e servir os outros, nos toca profundamente. Como um país com tantas belezas e riquezas naturais, se encontra entristecido e desprovido de bondade. Até parece do que havia de pior na nossa sociedade, aflorou.

Bolsonaro e Moro, na sesta-feira, 24, são a prova disso. Sem perceber, transformaram suas declarações em delações. Que pobreza de espírito, só sobraram confissões à fazer: por ação ou omissão. No fundo, o que foi exposto foram seus projetos pessoais de poder. O legado que vão deixar é  um país bem pior do que receberam. Se merecem...

PS - Certo está Rosângela Moro, a mulher do então ministro Sergio Moro: "Eu vejo o Moro e o Bolsonaro como uma coisa só". Simples assim.