terça-feira, maio 05, 2020

Coronavírus: emoções e incertezas (parte II)

No último dia 30, a convite da AHK - RIO, junto com a Fundação Getúlio Vargas - FGV, participei de um webinar sobre os efeitos do coronavírus nas energias renováveis. Em tempos de quarentena, uma excelente oportunidade para se debater o futuro pós-pandemia.

Durante a apresentação de Marina Azevedo, da FGV, foi possível ver o quanto avançou a energia eólica e solar no Brasil e no mundo. A seguir o debate se deu sobre o impacto do coronavírus no desenvolvimento dessas fontes. Uma preocupação de todos diante da redução do consumo de energia e da disparada do dólar. (*)

A primeira grande incerteza que surgiu, foi sobre a volta da normalidade. Sem essa resposta, não há como se programar. Como prever as futuras demandas de energia e a necessidade de novos investimentos, sem se saber o que vai acontecer. O fato é que ninguém estava preparado para enfrentar a epidemia. Nos últimos três meses, o inesperado vírus mudou o mundo. Claro que vai passar,  só não se sabe quando.

O consumo de energia elétrica vem caindo, o petróleo desabou e os investimentos desapareceram. Bolsa em queda, dólar em alta. Para estudiosos e planejadores, o pior dos cenários. Não se sabe mais o que é curto, médio e longo prazo. As incertezas são tantas e estão associadas ao coronavírus.

O PIB, que devia crescer em 2020,  já está em - 5%. No Brasil, infelizmente, a recuperação vai ser lenta. Segundo o FGV/IBRE, a crise econômica gerada pelo coronavírus pode - só esse ano - tirar 500 bilhões de reais da renda dos brasileiros. A se confirmar essa previsão, o reaquecimento da economia será ainda mais lento. Para agravar a situação, um país isolado e uma sociedade dividida. 

(*) Marina Azevedo, graduada em Engenharia Ambiental pela UFRJ, mestre em Planejamento de Sistemas Elétricos na UNICAMP, doutoranda em Planejamento Energético na UFRJ, pesquisadora da FGV na área de energia.

PS - A apresentação de Marina Azevedo está disponível na FGV, na AHK e no Instituto IDEAL.

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