Os ensinamentos da pandemia

Embora o coronavírus ainda esteja presente e matando, a destruição causada precisa nos deixar algum ensinamento. O desastre será ainda maior, se o legado for dor, pobreza e mortos. Quando olho para a nossa realidade, com um presidente incentivando o pior, me preocupo. O risco da imbecilidade vencer a ciência existe. Ao contrário de outros países que estão enfrentando a pandemia, podemos sair dessa tragédia sem ter aprendido nada.

No campo da ciência, a resposta ao Covid 19 -  virá. Se trata de uma questão de tempo, própria de qualquer avanço científico. Nossos cientistas estão comprometidos e inseridos nessa busca tão esperada. Ao longo do tempo a história mostra que os grandes desafios e avanços da humanidade, se deram através de esforços globalmente compartilhados. 

A preocupação que permanece no pós pandemia, somos nós - habitantes deste planeta. Que comportamento vamos ter daqui para frente? As mudanças existenciais também se darão de forma global? Até que ponto estamos comprometidos com um mundo mais justo? Todos temas instigantes e atuais, que não fazem parte das prioridades de boa parte da sociedade. 

O papa Francisco, com a sensibilidade e responsabilidade que tem, já identificou seus aliados para esse bom combate. A caminhada vai se dar com aqueles que querem o novo. Que não aceitam a omissão e o atraso, como forma de vida. São jovens de todo o mundo que querem ajudar o Planeta Terra. Olham para o futuro, de forma esperançosa e proativa.

Dentro dessa ideia de dar voz aos que não são ouvidos, a novidade vem da Igreja Católica através do projeto The Economy of Francesco. A iniciativa que já estava em curso, foi atropelada pela pandemia. Um inesperado desafio a mais a ser enfrentado.

PS - Para reflexão ao que comento, segue um trecho da entrevista do filósofo inglês Simon Critchley que considera muito revelador o que está acontecendo. (FSP - 17/5/2020)

"Obviamente que a pandemia é algo ruim, mas para uma pessoa como eu, que ensina filosofia, é um momento de muita reflexão. É um momento que força as pessoas pensarem em algumas questões básicas, de como elas vivem a vida, como elas entendem a sua vida e outras coisas nesse sentido." (Simon Critchley, 60, autor de vários livros, desde de 2004 é professor da New School, em Nova York)