sábado, maio 23, 2020

Que vergonha, a que ponto chegamos


O presidente de Portugal, de máscara, na fila do supermercado. Aqui, Messias anda de jet ski.

Portugal é um exemplo a ser seguido no enfrentamento do coronavírus. As notícias que chegam de lá, mostram como valeu a pena seguir as normas da OMS, dar crédito a ciência e valorizar o conhecimento. Aqui, na  antiga colônia, pouco aprendemos. Nosso presidente insiste em negar a ciência e faz questão de alimentar o caos. Já somos o segundo país com o maior número de casos.

Na semana passada, Portugal decretou a abertura de boa parte das atividades. A normalidade está voltando e com ela um novo aprendizado. O medo da contaminação continua presente nos portugueses, dificultando a esperada retomada econômica no país. O sinal foi dado pela Escola Nacional de Saúde Pública, que identificou o número de pessoas circulando bem abaixo do previsto.

A inesperada situação alertou o governo português, para uma outra crise: a retomada econômica será mais lenta do que previam. Os centros urbanos permanecem vazios, mesmo com o comércio aberto.  Já comentei sobre isso no blog, trata-se de uma questão comportamental própria do pós pandemia. 

Diante da nova situação tanto o presidente Marcelo de Souza (foto acima) como o primeiro-ministro António Costa saíram às ruas, com intuito de demonstrar confiança ao povo. Até entendo a iniciativa que tomaram, mas é natural a retração ao convívio social. As pessoas em geral, sem contar com os mal resolvidos de sempre, estão profundamente abaladas com a chegada da pandemia nas suas vidas. 

No Brasil, onde o coronavírus virou uma questão política, em razão da lamentável postura de Bolsonaro e seus seguidores, a retomada econômica será ainda mais lenta. Diferentemente de Portugal, nossa sociedade entrou na quarentena dividida e vai sair adoecida. Além disso, o empobrecimento em curso agrava ainda mais a  situação. As notícias oficiais que nos chegam sobre indicadores econômicos e sociais, são as piores possíveis.

Não se sabe o que vai acontecer com o Brasil no curto e médio prazo. Essa é a realidade. A reunião ministerial do dia 22/4, reforça essa preocupação. Duas horas de tensão e nenhuma solução. Com a divulgação do vídeo da reunião, a máscara caiu. Além da agressividade e do palavreado, a cúpula do governo mostrou a sua verdadeira face.

Se a nossa imagem já era a pior possível, agora então viramos uma piada global. Quem conhece os taxistas portugueses, que se cuide: procure falar um portunhol, pode ser que ele pense que você é argentino.  Que vergonha, a que ponto chegamos. 

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