A fatídica reunião ministerial de 22 de abril, não para de repercutir: tanto aqui como lá fora. Quem mais perdeu, não foi Moro e nem Bolsonaro: fomos nós. Quando tornaram o vídeo público, o espanto foi geral. Uma reunião do presidente com seus ministros, de duas horas, nada decidiu. O nível das intervenções e o palavreado utilizado, só serviram para confirmar o que muitos já sabiam: se instalou um desgoverno, no maior país da América Latina.
Sem ser seletivo, mas por compromisso e preocupação com o meio ambiente, a expressão que mais tocou foi "o estouro da boiada". Abrir a porteira para passar regras facilitadoras de interesses obscuros, no momento em que todos estão focados na pandemia, depõe contra o gestor público. Ainda mais se ele for ministro.
A trajetória de Salles na condução do Ministério do Meio Ambiente, se caracterizou por decisões contrárias ao meio ambiente, prejudiciais à imagem do Brasil e ofensivas aos ambientalistas. Foi assim com as queimadas, o Fundo Amazônia e o relacionamento hostil às ONG's. Como Salles não é um sem noção, tantas contradições exigem uma apuração.
Agora que o ministro, publicamente, expressou o significado do "estouro da boiada" até os brasileiros mais distraídos vão atender porque os que agem na ilegalidade, se sentem protegidos no governo Bolsonaro. Uma loucura, em todos os sentidos. O que estamos vivenciando com Salles no Ministério do Meio Ambiente, é a negação, explícita, das obrigações funcionais que tem com o cargo que ocupa. O Brasil vai pagar pelas consequências desse desatino, a conta já está chegando. (*)
(*) Diante do descaso do governo brasileiro com as questões ambientais, o Parlamento Europeu está discutindo a possibilidade de não assinar o Acordo Comercial entre a UE/Mercosul. O responsável tem nome, Ricardo Salles.
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