Bolsonaro, seguidores em queda
Quando Bolsonaro levou Guedes e um gaiteiro para tocar Ave Maria, na sua live da quinta-feira, 25, a perplexidade foi geral. Sem conseguir esconder o constrangimento, até o mais fiel dos bolsonaristas deve estar se perguntando: que governo é esse?
No meio da quarentena e com tempo, me arrisco à explicar. Com um ano de governo, portanto antes do coronavírus, Leandro Colon, já identificava no seu artigo "O pobre espera sua vez" (FSP), que embora populista Bolsonaro não tinha compromisso com os pobres. "Seu tempo foi gasto com bobagens ideológicas para atacar adversários e jornalistas. Para ele, combater à pobreza nunca foi prioridade. Sem saber o que fazer, não quer vincular seu governo de direita aos programas sociais da era petista".
Agora, com a chegada da pandemia, a incompetência ficou ainda mais exposta. A "gripezinha" não para de matar e o vírus continua entre nós. Para recuperar a sua imagem associada ao descaso com o coronavírus, até o gaiteiro foi acionado. Mas é tarde, o estrago está feito. Bolsonaro já está sentindo nas pesquisas a sua popularidade em queda. O que corre nos bastidores, é que seus seguidores são bem menos do que ele pensa. Segundo a Datafolha, 03/7, fiéis a Bolsonaro são 15%.
A economia se arrasta pelo chão e os números apresentados, desanimadores. Guedes sabe disso e sua passagem por Chicago, pouco ajuda. O Brasil de Bolsonaro é um país de desempregados e de investidores que não investem. Quem estuda melhor o comportamento das pessoas na crise do coronavírus, já percebeu uma aversão ao risco. Como consequência, uma retomada da economia mais lenta, uma sociedade empobrecida e uma forte preocupação em relação ao nosso futuro.
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