sábado, julho 25, 2020

O desafio do século XXI (The Economy of Francesco)

Enquanto crescem as dúvidas sobre o pós pandemia, mais razão se tem para pensar. A incerteza sobre o futuro, nos leva a isso. O que dá para afirmar, é que o mundo será diferente. A vulnerabilidade da humanidade diante um vírus, não será esquecida facilmente. O  desafio que nos espera, é imenso. Do tamanho da crise que matou centenas de milhares de pessoas, acabou com milhões de empregos e reduziu a economia global em trilhões de dólares. 

Depois de tudo que passamos não dá para se pensar que a volta da "normalidade", será mais do mesmo. O papa Francisco com a legitimidade, carisma e sensibilidade que tem, já mostrou o caminho. Suas orientações vão além da nossa imaginação. Energia e pobreza estão entre suas prioridades. Descarbonizar o planeta e erradicar a miséria, é uma revolução sócioambiental.

No grupo que participo dentro do projeto The Economy of Francesco, o da energia renovável, os avanços estão presentes em todos os continentes. Em maior ou menor escala a energia solar e a eólica são uma realidade. O preço dessas duas fontes de  energia está em queda, tanto assim que nos dois últimos anos foram elas que lideram os investimentos no setor.(*)

Em relação ao sol e o vento, fontes intermitentes de energia, ainda há muito espaço para se desenvolver novas tecnologias. Principalmente, no tocante ao armazenamento de energia em baterias de última geração. Já estão presentes no mercado, mas ainda são caras. Com o ganho de escala, o preço cai e a demanda aumenta.

O caminho é esse, produzir e consumir localmente. Nesse caso a energia solar distribuída, de natureza urbana, deve ganhar muito espaço. Diferentemente dos grandes parques eólicos e usinas solares, os painéis solares podem estar no telhados das  casas, nas escolas, na padaria do seu bairro, onde sua imaginação levar. Essa condição de gerar energia onde se consome, só o sol tem. 

Sempre que posso mostro a diversidade no uso da energia solar, com exemplos na vida real. Lugares impensáveis de se ter energia elétrica, podem se transformar com a chegada da energia do sol. A primeira lembrança que me vem, são os povoados no alto da Cordilheira dos Andes; depois vem as populações dispersas, ou em abrigos, que vivem na África; por fim as comunidades ribeirinhas, ou de difícil acesso, na região amazônica.

Só levar a energia do sol a quem não tem luz, já é uma revolução em prol de uma vida melhor. A energia produzida localmente, trás cidadania, emprego e renda. A redução de desigualdades se dará através de uma gestão compartilhada, no formato de cooperativas solares tanto urbanas como rurais.  

Desde quando me envolvi com o tema da energia solar, 15 anos atrás, não me recordo de alguém contra. No início as perguntas sobre o custo e a eficiência eram bem frequentes. Com o tempo as dúvidas se foram. O que ficou como legado, foi uma imensa simpatia pelo sol com fonte de energia.  

Portanto, o que nos cabe é seguir em frente. Apresentar as vantagens da energia do sol, como inclusiva, é fundamental  para um novo modelo de desenvolvimento. Os grandes bancos de fomento, fundos de investimento e empresas focadas na inovação; já sinalizam nessa direção. No novo mundo, o atraso não terá vez. Até porque a negação do conhecimento impede o crescimento. Sem crescimento, não há emprego. Sem emprego não se combate a desigualdade.


EM RESUMO - Uma sociedade sem comprometimento com o futuro, não terá espaço no grande projeto do papa Francisco - The Economy of Francesco. O desafio do nosso grupo é incorporar a energia solar como fator de combate a pobreza, através do conceito - energia para todos. A gestão se daria através de cooperativas solares comunitárias, criando oportunidade de emprego e renda no próprio local. Iniciativas como essa poderiam começar na África e na América Latina; regiões com muita pobreza, poucas oportunidades e muito sol.


(*) Na Europa, pela primeira vez, a geração de fontes renováveis (40%), superou a energia gerada pelas fontes fósseis (34%). No Brasil acabamos de atingir 3 GW de potência em geração distribuída.  Nos últimos 7 anos, a energia solar cresceu em média mais de 200% ao ano no Brasil.  (Fonte ABSOLAR)

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