Foto - Lula e Xi Jinping (Ricardo Stuckert)
Durante o G20 no Brasil, muita coisa aconteceu. Enquanto os líderes dos vinte principais países do mundo se reuniam no Rio de Janeiro, num grande evento de respeito, superação de obstáculos e muito esforço diplomático, na madrugada do dia 19 agentes da Polícia Federal prendiam militares de alta patente que tramavam um golpe contra a democracia e contra a vida do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Uma operação sigilosa de muita responsabilidade, praticada num momento em que o Brasil era a vitrine do mundo, aconteceu de forma exemplar. Sem qualquer ruído, sem um tiro ou violência, todas as lideranças que se faziam presente e a mídia internacional que acompanhava o evento, só se deram conta do ocorrido quando acordaram. Um fato importante que precisa ser ressaltado, mérito de uma Polícia Federal independente e preparada. Nada é por acaso.
No dia seguinte, o líder chinês Xi Jinping é recebido em Brasília para uma agenda oficial, que resultou em 37 acordos assinados entre os dois países. Na foto acima, emblemática, um olhar diferenciado de bem querer. Nesse caso em particular, mérito para o presidente Lula: soube alinhavar tudo. Já tinha se saído bem no G20 e depois com o principal parceiro comercial do Brasil, a China. Não se faz uma agenda dessas por sorte. Só mesmo com muito trabalho.
A boa relação da China com o Brasil começou no primeiro governo Lula, em 2003. De lá para cá cresceu com a formação do BRICs, que o tempo ainda vai reconhecer como o principal fato econômico desse século. Embora ao longo desses anos muitas expectativas de acordos bilaterais não tenham avançado, a boa relação entre os dois países só foi interrompida no governo anterior. Que aliás se mostrou um completo desastre na diplomacia e na boa relação pessoal com seus pares.
Um dos grandes projetos que não prosperou junto ao governo brasileiro, coincidentemente, é o grande sonho chinês: o "Caminho das Sedas". Para muitos envolvidos com o tema, uma frustação pessoal de Xi Jinping que Lula vem administrando com sua habilidade de bom negociador. Ao que parece o Brasil seria um parceiro menor do que Lula gostaria, por isso vem esfriando o assunto. Por outro lado, no mundo da diplomacia o presidente evita assim que os Estados Unidos venha protestar em relação a um maior alinhamento de Brasília com Pequim.
Quando comentam que Lula é um homem de sorte, seus desafetos querem diminuir sua importância no cenário mundial. Infelizmente, alimentam essa história como se fosse uma verdade. Quem pode ter sorte, se foi preso duas vezes. A primeira por defender a democracia durante a ditadura militar. A segunda por querer se candidatar a um novo mandato de presidente da República. Como pode ter sorte quem no meio dessa situação perdeu a esposa e um neto adorado. Como pode ter sorte alguém jurado de morte. Sorte tivemos nós como Nação, que o crime planejado por uma organização criminosa não ocorreu. Aos olhos do mundo o Brasil não passaria de uma "republiqueta", onde grupos inconformados com o resultado das urnas teriam assassinado o presidente eleito e o seu vice. Pensem nisso.
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