terça-feira, fevereiro 04, 2020

Ciência e pesquisa: criar e desenvolver


No final de semana, centenas de pessoas acessaram o comentário que fiz sobre as telhas solares. Basicamente, profissionais da área, gente ligada a rede Linkedin. Até aí, nenhuma surpresa. Afinal, são pessoas do ramo atentas as novidades. Como estou envolvido com o tema solar e escrevo sobre ele com bastante frequência, consigo perceber uma simpatia crescente a tudo que se relaciona com a energia solar. Depois de tanto tempo de convívio com o sol, dá para dizer que  a energia que ele tem disponível já faz parte do imaginário da sociedade.(*)

A simpatia coletiva por uma fonte limpa e renovável, é fundamental para que ela se estabeleça. Ao meu ver, esse é o segundo estágio do processo de consolidação de uma inovação. Quando o invento sai do laboratório e vai para a rua conquistar o mercado, quanto mais a sociedade souber dele melhor será a sua aceitação. Talvez esteja aí, o nosso grande desafio. Precisamos dar continuidade ao desenvolvimento tecnológico. Ir além do criar, seja o que for: telhas solares, o ônibus elétrico,  barco solar, bombas solares, carros elétricos ou até mesmo as novas baterias que virão. A inteligência para se botar uma boa ideia de pé, está comprovada. Só que a nossa capacidade de desenvolver industrialmente o que foi criado em centros de pesquisa, salvo as exceções de sempre, ainda precisa avançar.(**)

(*) O sol é a única fonte de energia  capaz de entrar no imaginário das pessoas. Quando se abre a janela pela manhã e o  sol entra na nossa casa, está feita a conexão do sol com a nossa vida. É o que nos ensina John Goodenough, pesquisador da Universidade do Texas, prêmio Nobel de Química/2019, com 97 anos.

(**) A etapa do desenvolvimento do ônibus elétrico da UFSC, está vencida. O ônibus agora tem que servir de modelo para a indústria desenvolver novos produtos com motores elétricos: ambulâncias, ônibus escolar, transporte coletivo e até tratores para a atividade agrícola.  

PS- Não foi por acaso que o ônibus solar desenvolvido pela UFSC, em parceria com outras grandes empresas nacionais e multinacionais, faz parte desse comentário (foto acima). Na quinta-feira passada, no mesmo local que a UFSC assinava o convênio com a Eternit, lá estava ele, o ônibus elétrico. Há meses parado,  pasmem, por não ter motorista. O projeto de pesquisa da UFSC, referência nacional, como a própria  revista da Universidade destaca, precisa voltar a rodar.  O ônibus já deu três voltas ao redor da Terra, mais de 120 mil km. Está devidamente testado, não pode ficar parado.    


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