Embora a morte inesperada tenha chegado cedo para o ex-deputado Alfredo Sirkis, sua vida foi longa pelo tanto que fez. A militância tem disso, o tempo não para. O militante, por princípio, está sempre procurando alguma coisa. Nunca se sente satisfeito com o que já foi feito.
No Brasil quando escuto que a esquerda morreu ao perder para o Bolsonaro e seus seguidores, acho graça. Aqui, pelas desigualdades sociais que saltam aos olhos, a esquerda sempre vai ter vez. Em 2018, além da armação contra Lula, aconteceu também o desgaste natural de um governo com quatro mandatos consecutivos. Depois de um tempo, a renovação acaba acontecendo. Até porque os erros são mais visíveis; e os acertos esquecidos.
De volta a Sirkis, 70, jornalista, escritor, vereador no Rio de Janeiro por quatro mandatos, deputado federal, fundador do Partido Verde, sendo por ele candidato a presidente (1998); se afastou da política partidária pela opção de voltar a militar nas causas que sempre esteve envolvido.
A defesa do meio meio ambiente fazia parte do seu DNA. Só que as lutas ambientais estão mais visíveis na sociedade civil organizada, do que no Congresso Nacional. Os partidos, de modo geral, nunca se comprometeram por inteiro com esse tema. A fragilidade política sobre a defesa do meio ambiente, tem permitido o avanço ilegal da bandidagem sobre terras públicas e áreas de preservação. Sirkis, como ninguém, sabia disso. Muito bem articulado, aqui e no exterior, se sentia constrangido pela péssima imagem do Brasil em razão do descaso do governo com o meio ambiente.
Sua morte veio acontecer no mês do lançamento do seu décimo livro, O Descarbonário. Um apanhado sobre a sua vida e um desafio para a humanidade pela descarbonização do planeta. Um sonho de muitos, inclusive do papa Francisco. Seu projeto The Economy of Francesco aponta nessa direção.
Sua morte veio acontecer no mês do lançamento do seu décimo livro, O Descarbonário. Um apanhado sobre a sua vida e um desafio para a humanidade pela descarbonização do planeta. Um sonho de muitos, inclusive do papa Francisco. Seu projeto The Economy of Francesco aponta nessa direção.
Com uma semana da sua trágica morte, ocorrida no último dia 10, as manifestações de pesar chegam de todos os lados. Elas estão muito mais associadas as suas bandeiras de luta, do que aos seus mandatos. Sirkis é uma história de vida das mais marcantes da nossa geração.
PS - Sobre Alfredo Sirkis, o cineasta Walter Salles registra: "O Brasil perde um idealista e um homem de uma rara coerência. Sua trajetória como líder estudantil, combatente, escritor e ambientalista é a de quem soube se manter fiel aos seus princípios e ao seu tempo."
Seu amigo Carlos Ritti, assim se manifestou: "Uma figura única, seja pela defesa profunda da democracia, seja pela luta ambiental desde quando isso não era moda".
Seu amigo Carlos Ritti, assim se manifestou: "Uma figura única, seja pela defesa profunda da democracia, seja pela luta ambiental desde quando isso não era moda".
Um comentário:
Oi Mauro quanto tempo, adorei teu texto sibre o Sirkis, o conheci nos tempos da militância e em defeza da Amazônia, eu estudante em Curitiba e estavamos la no 1 Congresso
Amazônia no Df,GO em 1979,se não me engano ao lado de Juruna na época em que ele usava pena antes do paletó.E o Sirkis combatente de todos os tempos, #gratidão pelo presente dessas lembrancas gratificantes, Abços Bell.
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