No meio de tanta confusão, a boa notícia foi o desempenho da energia solar em 2019. Dados recentes anunciados pela ABSOLAR, mostram que a energia solar está consolidada. O importante é que isso se deu depois do setor atravessar seu pior momento, sobre pressão do lobby das concessionárias e uma visível mudança de humor da Aneel. O setor se articulou e soube enfrentar as ameaças que buscavam dificultar o crescimento da energia solar no país. A compreensão que o sol é de todos, prevaleceu.
O Brasil já se encontra entre os 10 países que mais investiram em energia solar no mundo. Um sonho compartilhado com Hermann Scheer em 2003, quando só tínhamos a nosso favor o sol. Nem o governo do qual fazia parte nos ouvia. Hermann não se conformava com isso. Como um país, com tanto sol disponível, não gerava energia. Não chegou a ver o quanto avançamos. (*)
A vida nos ensina que é assim mesmo, tudo a seu tempo. A importância que vejo agora, está na simpatia que as fontes renováveis estão ganhando no mundo. E no Brasil, não é diferente: segundo a ABSOLAR, no ano passado, o setor investiu 10 bilhões de reais; criou mais de 60 mil empregos, espalhados em milhares de novas empresas. Em relação ao ano anterior a expansão foi de 90%, considerada por muitos como o segmento que mais cresceu no país. Sempre é bom lembrar que o PIB, em 2019, cresceu apenas 1,1%.
Pelo acompanhamento do mercado em 2020, o bom desempenho não vai se repetir. Os negócios vão continuar, mas não com a mesma intensidade. A crise econômica e a retomada lenta das atividades, já estão afetando o setor. O impacto deve atingir de forma diferenciada, regiões e empresas.
Se por um lado preocupa as incertezas associadas a pandemia, o dólar em alta também dificulta a realização de novos investimentos. No entanto, três situações convergem para a retomada de novos projetos: o preço da energia em 2021; a liquidez no mercado de capitais associada aos juros baixos; o movimento global pela sustentabilidade que levará os países investirem em energia limpa. (**)
(*) Hermann Scheer, deputado da Alemanha, introduziu a energia solar na Europa (1944/2010)
(*) Hermann Scheer, deputado da Alemanha, introduziu a energia solar na Europa (1944/2010)
(*) O preço da energia em 2021 vai ser alto, as concessionárias vão buscar através de um reajuste tarifário, compensar os prejuízos contabilizados em 2020; os juros baixos vão desestimular a cultura do dinheiro rendendo em banco, com isso gerar a própria energia passa a ser uma opção de investimento; o Secretário Geral da ONU, António Guterres, no último dia 10, pediu aos países que deixem de financiar fontes de energia fósseis. E ressaltou que a hora é de um grande esforço para consolidar energias limpas.
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