quinta-feira, julho 09, 2020

Guedes x Meirelles

Ao contrário do Guedes, Meirelles nunca foi um "Chicago Boys". Sua passagem acadêmica nos EUA foi em Harvard. E na atividade profissional, foi na presidência do Banco de Boston. Quando convidado por Lula para tocar a economia, boa parte do PT ficou incomodada. No entanto, Meirelles se saiu bem: real valorizado, juros baixos, emprego em alta, inflação sobre controle, balança comercial favorável ao Brasil  e, por consequência, muitos dólares de reserva (mais de 300 bi).

Quando Guedes se aproximou de Bolsonaro, foi recebido como o Posto Ipiranga. Carta branca na economia do país. Sua primeira tarefa foi implantar a Reforma da Previdência. Para isso contou com tudo que pediu: uma grande campanha de marketing, capaz de ganhar a opinião pública, para obter os votos no Congresso. O foco da campanha: acabar com as desigualdades.

Com o passar do tempo, logo se viu que acabar com as "desigualdades" não passava de um slogan. Dados recentes divulgados pelo Tesouro no dia 7, apontam para um rombo de 318 bilhões nas contas do governo. No entanto, o que mais chama atenção é que as "desigualdades" se agravaram. Segundo  o próprio Tesouro, o sistema de proteção social dos militares em 2019 foi 17 vezes maior do que o valor gasto com o trabalhador privado que se aposenta pelo INSS. (Fonte: UOL, Brasília)

Guedes não fala sobre isso, são águas passadas. Agora o que se comenta são suas relações com fundos de pensão das estatais. Por falar em estatal, se puder Guedes vende mais algumas. Seu sonho de privatista é vender a Eletrobras. O valor pouco importa. Falam em 20 bilhões, nada comparado com o rombo das contas públicas na sua gestão. Guedes quer se desfazer de uma empresa criada em 1962, que organizou o setor elétrico brasileiro e nos assegurou o desenvolvimento industrial que tivemos. Não é hora de calar, precisamos reagir: nas redes sociais, no Congresso e nas ruas. 

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