Para quem está em casa há um bom tempo de quarentena, convenhamos: não é uma tarefa fácil. Falo por mim que gosto da rua, de encontrar amigos e conversar sobre o futuro. Nesses últimos dois meses, fui levado a conviver com a casa e o isolamento social. Encontrar o que fazer passa a ser um desafio diário. Não perder a referência, se é quarta-feira ou domingo, é fundamental. Cuidar de si, também. Siga religiosamente a higiene pessoal e não deixe a barba crescer, mesmo sabendo que ninguém vem lhe visitar.
Graças às minhas atividades no campo da sustentabilidade e das energias renováveis, nunca me senti um aposentado. A relação construída em mais de uma década com esses temas tem me ocupado na quarentena. Novidades como o Zoom, webinar e outras ferramentas me aproximam de pessoas geograficamente distantes. A última experiência, dia 9, foi com jovens de todo o mundo que fazem parte do movimento The Economy of Francesco. (*)
A vida para muitos, nesse confinamento necessário, reconheço que deva estar bem mais dura do que a minha. Com uma mulher maravilhosa e uma casa confortável, conseguimos conviver até agora em harmonia. Não se sabe ainda as consequências na saúde mental das pessoas de um confinamento prolongado. Penso que, passado o pior, se deve debruçar sobre as sequelas que ficarão. Principalmente, em relação aos que mais se envolveram com a pandemia: os profissionais da saúde. Que além de administrar em casa as ansiedades e necessidades de suas famílias, enfrentaram o estresse de uma sobrecarga de trabalho - emocionalmente - exaustiva e desumana.
(*) The Economy of Francesco é uma iniciativa do papa Francisco em busca de um mundo mais humano e sustentável. A ligação desse grupo com o Brasil é através do padre Vilson Groh da Arquidiocese de Florianópolis. Em breve comento mais sobre o assunto.
PS - Enquanto desmatamentos e queimadas acabam com matas e florestas, matam o que tem vida, na quarentena, em casa, deu para ver a vitalidade das plantas e a presença dos pássaros. Talvez sinal de novos tempos; de um outro mundo. Só sei que passada a pandemia, nada será como antes.
PS - Enquanto desmatamentos e queimadas acabam com matas e florestas, matam o que tem vida, na quarentena, em casa, deu para ver a vitalidade das plantas e a presença dos pássaros. Talvez sinal de novos tempos; de um outro mundo. Só sei que passada a pandemia, nada será como antes.
2 comentários:
Ótima reflexão Mauro!
Ótima reflexão Mauro!
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